Lidar com um alto volume de informações é algo rotineiro para diversas empresas. E, uma das melhores formas de evitar que elas vazem e comprometam a segurança e reputação do negócio é por meio da gestão de dados.
Ativos como esses são produzidos diariamente por empresas de todos os tamanhos e setores. Garantir sua proteção é essencial, fortalecendo a reputação da empresa no mercado como uma marca ética e responsável perante os clientes.
Porém, ter uma gestão e governança de dados assertiva não é uma tarefa simples. Principalmente, diante de tantos casos de crimes cibernéticos que presenciamos diariamente em negócios de todos os portes e segmentos.
Como exemplo disso, em abril deste ano, um pronunciamento do Banco Central informou um novo vazamento de dados pessoais vinculados a chaves Pix. Ao todo, foram mais de 87 mil chaves cujos dados foram divulgados, dentre os quais se encontram o nome do usuário, CPF, ‘com máscara’, instituição de relacionamento, agência e número conta.
Evitar esse risco envolve muito mais do que investir em uma solução tecnológica. Na prática, a gestão de dados abrange um conjunto de cuidados que devem ser difundidos no mindset dos times, fomentando a importância desta ação e como manusear as ferramentas favoravelmente a esse objetivo.
A gestão de dados é uma prática voltada ao gerenciamento, armazenamento e administração das informações de uma empresa, usando como apoio recursos e ferramentas robustos para guiar os empreendimentos nesse processo.
Seu objetivo é proporcionar um acesso facilitado aos dados corporativos, de forma que todos os membros consigam verificá-los em tempo real. Dessa forma, trará melhorias significativas para toda a cadeia de produção, podendo ser usados para uma tomada de decisão mais assertiva.
Conforme uma definição do Data Management Body of Knowledge (DMBoK), framework internacional que é uma referência no assunto, a gestão de dados “cuida do planejamento, controle e entrega de ativos de dados e de informação. Ela inclui as disciplinas do desenvolvimento, execução e supervisão de planos, políticas, programas, projetos, processos, práticas e procedimentos que controlam, protegem, distribuem e aperfeiçoam o valor dos ativos de dados e informações”.
Isso faz com que além de contribuir para uma maior transparência entre os profissionais, torne todo o fluxo de trabalho mais otimizado, servindo como um norte para identificar quais os melhores caminhos a serem seguidos.
Por mais que possam parecer sinônimos, existe uma grande diferença entre a gestão de dados e a gestão da informação, que precisa ser devidamente compreendida para evitar problemas no momento de sua implementação.
Pode-se afirmar que a gestão de dados é um passo anterior à gestão da informação. Ou seja, este primeiro é utilizado nos ativos brutos da empresa, os quais acabaram de ser gerados e, portanto, ainda não foram processados.
Os dados são aqueles que ainda não se transformaram em algo útil de ser analisado, enquanto a informação representa sua filtragem e maior relevância de ser estudada pela marca.
De maneira simplificada, uma informação é gerada quando dados são cruzados e analisados sob diferentes perspectivas. Um conjunto de dados contextualizados e setorizados, que fazem sentido real para o negócio.
A partir disso, quando um dado é convertido em uma informação, a empresa consegue enxergar pontos de falha e oportunidades de melhoria, suportando uma tomada de decisões mais estratégica.
Isso faz com que a gestão de dados se destine ao cuidado de sua qualidade, do ciclo de vida e da segurança, enquanto a gestão de informação se preocupa com este direcionamento para as pessoas certas, assim como seu uso devido.
Uma boa gestão de dados é pautada em certos princípios que precisam estar presentes ao longo de sua execução. São eles:
A principal vantagem em investir na gestão de dados na empresa é ter em mãos insights valiosos que permitam uma tomada de decisões mais assertiva diante do crescimento e destaque da marca em seu segmento.
Com a gestão de dados, as empresas conseguem verificar com maior profundidade todos os insights adquiridos acerca de seu histórico e clientes e, com isso, ter mais segurança do que se mostra mais promissor de investir, assim como gaps que precisam ser solucionados para evitar perdas de tempo e recursos.
Sua implementação é capaz de auxiliar os empreendimentos a anteciparem tendências e oportunidades, assim como prever riscos que possam danificar sua produtividade e desempenho.
Isso, além de aperfeiçoar seus processos, elevar a precisão nos resultados adquiridos, e traçar estratégias mais aderentes à realidade do negócio, de forma que prospere com segurança e consiga promover ações cada vez mais inovadoras para o destaque corporativo.
Em uma pesquisa divulgada pelo Serasa Experian, 90% das empresas entrevistadas destacaram o uso de dados como uma ação indispensável em seu planejamento estratégico.
As marcas que compreendem a importância da gestão de dados e a priorizam em suas estratégias terão o suporte necessário para que se mantenham à frente dos concorrentes, assegurando proteção em seus dados e tendo maior assertividade na análise daqueles que podem ser transformados em ativos estratégicos.
Realizar a gestão de dados pode parecer complicado em um primeiro momento, mas existem alguns cuidados que, certamente, irão auxiliar as empresas neste processo, para atingirem resultados excelentes com essa estratégia.
Veja os principais:
Segundo o relatório The State of Ransomware da Sophos, empresa global especializada em cibersegurança, cerca de 70% das empresas brasileiras sofreram ataques de ransomware, que são crimes digitais nos quais hackers “sequestram” seus dados internos.
Os prejuízos giraram em torno de US$ 1,92 milhão, em estatísticas que, infelizmente, permanecem preocupantes a cada ano. Neste cenário, se atentar à segurança dos dados é um dos pontos que precisa ser garantido desde o começo.
Isso irá assegurar que nenhuma informação corporativa ou de seus clientes seja acessada por esses criminosos, reduzindo as chances de serem alvos de ataques externos que prejudiquem suas operações.
Essa importância está claramente expressa na Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), por meio da qual todas as empresas devem se atentar à coleta, armazenamento, manuseio e compartilhamento em sua gestão de dados.
Concentrar a gestão de dados em uma única pessoa e não se preocupar em difundir sua importância internamente é algo extremamente prejudicial para sua aplicação eficaz.
Ao invés disso, todos os profissionais precisam compreender claramente os benefícios que a gestão de dados trará para a produtividade de todos, assim como para ações cada vez mais assertivas em suas rotinas.
Por isso, este conceito precisa ser fomentado em toda a cultura organizacional, de forma que se torne parte integrante de todos os processos desempenhados internamente. Quando todas as áreas estiverem alinhadas nisso, se tornará mais fácil adotar as práticas para gestão de dados junto às políticas e objetivos de negócio.
Muitos profissionais podem ter dificuldades em manusear as ferramentas de gestão de dados adotadas.
Por isso, é fundamental que eles sejam treinados e capacitados para utilizá-las corretamente, para que aproveitem ao máximo suas funcionalidades.
Diante de um alto volume de informações que toda empresa lida diariamente, contar com um bom software de gestão de dados é extremamente importante para garantir a segurança e agilidade no manuseio deles em tempo real.
Na prática, ele contribuirá com a captura, análise e classificação dos dados de forma automática e com chances mínimas de falhas, trazendo maior confiabilidade na tomada de decisões e permitindo o redirecionamento de esforços em outras atividades essenciais para o desempenho corporativo.
A gestão de dados é crucial para empresas de qualquer porte ou segmento, garantindo segurança e direcionamento estratégico. É necessário transformar dados em insights valiosos para o crescimento corporativo, mas isso requer cuidados e atenção para obter os melhores resultados.
